domingo, 26 de junho de 2016


Ao meu lado a minha amada dorme. O seu corpo abandonado é a minha paisagem favorita. Para onde fugiu, que desejos a tomaram?Nem de dia, nem de noite, consigo adivinhar a cor dos seus sonhos. A minha amada não está aqui mas noutros lugares invioláveis. Tem os olhos cerrados, estremece docemente o seu corpo. Fico quieto, qualquer barulho pode quebrar este milagre. Claro que somos animais. Precisamente por o sabermos é que somos humanos. Mais tarde ou mais cedo há-de acordar e regressar para dentro dos meus braços.

Pedro Paixão