domingo, 9 de novembro de 2014

Passados



Não te esqueças de me visitar.

Traz-me as fotografias e aquele poema que me escreveste quando o nosso amor ainda era o que de mais magnífico acontecera nas nossas vidas e no mundo.

Havemos de nos sentar nas mesmas cadeiras como se fossem as mesmas manhãs de domingo. Havemos de olhar os mesmos telhados, divagar sobre a eternidade dos gestos e jurar comovidamente que as nossas almas se tocaram de uma maneira única e inesquecível.

Eu hei-de esconder-te a minha interminável solidão e tu hás-de demonstrar-me, muito inocentemente, nas tuas palavras tão cheias de vida e de juventude, como a morte nos descobre mesmo nos lugares mais altos.

Gil T. Sousa