domingo, 9 de novembro de 2014

Acalanto para a dor



Hoje guardo os poemas que te fiz
Recolho as rimas, as palavras loucas
Os versos amarrotados amontoo

Hoje desejo o inexplicável
Acariciar o nada, sentir o vazio
Alhear-me de qualquer lamento

Hoje prefiro a imprecisão, o disfarce
Asfixiem os tolos suspiros e murmúrios
Ou qualquer voz que fale de saudade

Hoje embrulho a ilusão, a espera
Engaveto os delírios e quimeras
Lavo-me dos cheiros das promessas

Hoje não me falem de poesia
Emudeçam o sol, vigiem a lua

Silêncio!
Minha dor quer apenas dormir...


Fernanda Guimarães