domingo, 19 de novembro de 2017


Talvez eu ande em busca do tesouro, 
da tua verdade!
O tesouro escondido e inesgotável 
que a mulher tem oculto nas suas entranhas, 
e onde jamais se saberá onde começa a realidade e acaba o mistério. 
Como se a mulher, 
o mais perfeito dos animais, 
pudesse ser vista por fora — quantas vezes, 
pois se multiplica!— e por dentro, 
e sempre e também imaginada. 
O seu mistério alucina quem já está alucinado.
O teu mistério alucina-me
porque já estou alucinado?
Tu. O meu pé e o teu pé em busca 
de uma certa glória!

Casimiro de Brito