quinta-feira, 29 de setembro de 2016


nas dobras do amor
- samba, choro,
blues cantado na madrugada,
seda transformando-se em mãos,
lábios em navios -
posso renascer.


descansar minhas perguntas,
meu silêncio,
meu riso aceso no teu corpo,
os murmúrios da noite
ecoando entre estas coxas
- que são minhas,
que são tuas -


e muito antes que digas,
as palavras flutuam-me,
enchem-me a boca de alegria
- frutos colhidos pelas mãos
que me alisam os seios -
verbo e fogo.


teus olhos perdidos em mim,
flores famintas
nascendo em toda parte
- do meu corpo,
do teu corpo -
a cantarem a mesma canção:
amor, meu amor.

silvia chueire