Cuida-te, amor. Ama.
Debruça-te e colhe a flor.
“Carpite florem”, que se não for colhida
por si mesma cairá.
Sem beleza, cairá. Onda dura.
Mais dura do que a rocha, se a não escava.
São essas águas, tépidas e flexíveis, as do teu corpo,
de que preciso para sobreviver;
é o mel da tua língua,
a flor do teu corpo,
a carícia interior da tua concha de que preciso
para limar e arejar e amolecer a pedra triste do meu corpo. “Tu mihi sola places."
Desejo-te tanto que me dispo
para melhor me lembrar de ti.
Casimiro de Brito