sábado, 2 de janeiro de 2016


Mais uma noite, amor...
Ao recordar-te retomo os fins do mundo,
a cinza, os dias manchados de outras lágrimas.
Sabias como eu a cor das sombras,
essa arte que nos engana agora
e se reparte por esquinas e cafés.
Já não me guias os muitos passos vãos,
as fantasias da minha falsa vida.
Vou deixar-te
fugindo-me.
Na chuva, sem ninguém,
apenas alguns vultos,
o que vem (e doi não sei por quê)
este deserto onde te vejo,
imagem outra vez, até de madrugada.
O que me fez sentir o muito longe aqui tão perto?

Fernando Pinto do Amaral