domingo, 7 de dezembro de 2014



Lê para mim. Em voz alta. Enche as palavras de açúcar. acorda. Para mim. Os versos adormecidos dos poetas. Sobre o degrau em que oiço a fala do mar. Navego pelo caudal dos teus lábios. E um intenso desejo. Une os nossos corpos. Na prateada esteira das ondas.
Lê. No ávido fogo dos meus olhos. O sonho de todos os poetas. Os caminhos estreitos de uma voz que nos chama. De um verso que nos sobressalta. Uma palavra de erva úmida. Que nos faz rebolar pela sombra inclinada do poema.
Lê. Para mim. Em voz alta. Até que o amor nasça em nós. Em mudas palavras.

alberto serra