sábado, 9 de agosto de 2014


... Só reconhecemos o lugar que alguém ocupa em nós quando medimos o tamanho do vazio que a sua ausência nos provoca - é o reconhecimento tardio dos corações cegos. Mas quando alguém nos desocupa, talvez verdadeiramente não nos tenha habitado, talvez estivesse de passagem como numa casa alugada. E talvez, só talvez, o coração seja cego ao que é passageiro, só se fixe nos residentes, onde encontra igual coração sem bilhete de partida ...

João Morgado
In: Diário dos Imperfeitos