(...)
O contraste não me esmaga — liberta-me; e a ironia que há nele é sangue
meu. O que devera humilhar-me é a minha bandeira, que desfraldo; e o
riso com que deveria rir de mim, é um clarim com que saúdo e gero uma
alvorada em que me faço.
A glória noturna de ser grande não sendo nada! A majestade sombria de esplendor desconhecido…
Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Livro do desassossego