sábado, 29 de outubro de 2016


O amor fazer amor é uma barca o percurso de uma barca que se afastou da bonomia do seu repouso mais ou menos desejante e subitamente começa a vogar e os corpos da barca se acasalam e depois há uma tempestade e os corpos da barca exaltam-se gritam de alegria gemem cantam derramam-se e então chega a bonança a paz das águas e do corpo amante e a calma sobrevém o olhar líquido o sexo que por vezes adormece dentro do outro do seu irmão do seu contrário e a barca que foi e veio e que balançou e absorveu deixa-se deslizar paulatinamente nas águas agora já não trepidantes mas ainda tépidas repousadas e cheias de alegria!

Casimiro de Brito