sábado, 1 de março de 2014



 A memória da ternura sobre o teu peito,
como um mel exótico.
Havemos de voltar à polifonia dos pássaros
com olhos de musgo e nenhum rumor
trairá em nós o silêncio das palavras
maduras, porque temos, rente ao rosto,
a límpida inclinação de um lago.
Morreremos apenas quando o amor
nos assustar mais do que a morte.
Agora, abrirei as mãos, para que possas ver
a passagem que vai dar ao rio da tua infância.
Mas, tem cuidado, amor,
porque não há nenhum deus dentro da lua cheia.


Graça Pires